O segredo conhecido

Recordo-me do pavoroso.
Um rosa amargo dominava o céu
e pequenas gotas de licor escorriam
pelas nuvens duras e pesadas,
livremente, sorridentes.

A escuridão tomava a floresta
na sua silenciosa imensidade.
Um coro de coros ouvia-se,
do longínquo do obscuro.
Agarravam o seu bico de musgo
aos rugosos corpos das mães,
as ilustres velhas da natureza.
As que tudo enxergaram
e pintaram com o seu olhar
aquele todo cenário.
Desolado.

Aquelas vozes rasgadas
espalhavam a monotonia
que liquidavam toda a melodia,
um milagre ali surgirem!
Nasciam do soalho tais dedos,
trémulos, insólitos.
Tudo derretiam
com um breve suspiro.

O negro do meu coração
chorava e lamentava.
Cinzas de pó flutuavam,
sumiam.
Nada mais se escuta delas,
deixou-se de saber,
de pronunciar.
É de estimar.

Tudo se calou.


Inês Albuquerque
12º D