Agra Era do Destino

A cor negra imerge no vago paralelo.
Choram-se os vales, olvidados…

Angústia tão profunda a minha…
A besta iludo, tão modesto.
O rei vagueia pela calçada portuguesa.
Uma obra de arte!

Alma minha e sua, anjos emperrados…
A chave de oiro, puída pelo século.
Deixam de voar o doce sal diurno
e fantasiam tal santa claridade.

Tão frágil e vetusco é seu olhar…
O navio afundou por entre louvores.
Riquezas fundem, viram pó,
e pinturas femininas mancham o silêncio.
A melodia permanece ilibada…

Muitos redigem sabedoria.
Outros caminham seu ser
em busca de avença e celerados.

Meu companheiro.
Meu amigo.
Tal prudência vive-se,
é o desejo intemporal.

Nunca um artista impedido
da agra era do destino…

Oh meu Pessoa, Camões, Garret!
Tanto aprecio suas aquarelas…

Harmonia tingida que não quebra,
Pelo povo faminto não se remeda…


Inês Albuquerque
12º D