A limpidez de um sonho

Acordei de relance, mas não queria.
Simplesmente havia sonhado.
Não foi um sonho qualquer,
Foi algo invulgar, inexplicável.
Senti algo de puro e genuíno a percorrer
todo o meu corpo, levemente.
Algo difícil de explicar,
quanto mais compreender.

Ilusório um momento pode ser,
Sem tal coisa o parecer.
Vocês diriam que a iludida sou eu,
mas o contrário algo me garante.
Algo indefinido, intenso,
que em tudo é dominante.

Estava no meio do nada.
Algures entre a cor branca,
sem início nem fim.
Contudo, perdida não estava.
Algo divino me guiava.
Uma força que afastava qualquer perigo
e me levava até à perfeição.
Nada consegui observar,
mas tudo fui capaz de presenciar.

Fui transportada para o além.
Um mundo sublime, irreal.
Porém, nunca me senti tão viva.
Tão tranquila, tão acolhida.

Farta de tanta hipocrisia,
tanta futilidade, tanta falsidade.
Só queria ser capaz de permanecer
No eterno conforto da minha existência.
Sem que nada o pudesse interromper
Ou abominavelmente romper.


Beatriz Albuquerque
12º D